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Publicado em 16/02/2017 ás 10h34
A ingestão de suplementos de vitamina D pode evitar que mais de 3 milhões de pessoas contraiam gripes ou resfriados no Reino Unido todos os anos, revela um novo estudo.
A vitamina D é vital para manter a saúde dos ossos, mas também tem um papel central no sistema imunológico.
O estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, defende que a vitamina seja adicionada obrigatoriamente na comida, a exemplo do que já acontece com o leite nos Estados Unidos.
Mas autoridades de saúde britânicas alegam que os dados sobre as infecções não são conclusivos, e não recomendam a ingestão do suplemento sem acompanhamento médico.
Segundo o Public Health England (PHE), departamento de saúde do Reino Unido, a vitamina D só deve ser consumida para melhorar a saúde dos músculos e dos ossos.
O sistema imunológico usa a vitamina D para criar armas antimicrobianas, que perfuram buracos em bactérias e em vírus.
Como a vitamina D é produzida pela pele quando exposta ao sol, muitas pessoas que vivem em países frios acabam tendo níveis mais baixos do composto durante o inverno.
Combater infecções usando suplementação ainda é um assunto polêmico na comunidade médica, uma vez que testes feitos até agora sempre produziram resultados díspares.
Para obter uma resposta definitiva, cientistas da Universidade Queen Mary, em Londres, reuniram dados de 11.321 pessoas e conduziram 25 experimentos diferentes.
Eles analisaram infecções do trato respiratório - que cobrem uma ampla gama de doenças, de simples espirros à pneumonia.
De forma geral, o estudo revelou que, a cada 33 pessoas que tomam suplementos de vitamina D, uma evita contrair a infecção.
Segundo os cientistas, a suplementação com vitamina D seria mais efetiva do que as vacinas contra a gripe, cuja taxa de sucesso é de uma para cada 40 pessoas.
No entanto, eles ressalvam que a gripe - que normalmente envolve febre e outros sintomas - é bem mais séria do que o típico resfriado.
Também há benefícios maiores àqueles que tomam pílulas diariamente ou semanalmente - em vez de superdosagens mensais, por exemplos - e em pessoas que já tenham deficiência natural da vitamina, acrescentaram os estudiosos.
Um deles, o professor Adrian Martineau, defende a suplementação com vitamina D.
"Considerando que o Reino Unido tem 65 milhões de habitantes, e que 70% têm pelo menos uma infecção respiratório aguda por ano, tomar suplementos de vitamina D diariamente ou semanalmente significa que 3,25 milhões de pessoas a menos teriam pelo menos uma infecção respiratória aguda por ano".
O Public Health England já aconselha ingerir suplementos de vitamina D no outono e no inverno com o objetivo de melhorar a saúde dos ossos e dos músculos.
A suplementação é recomendada durante todo o ano para pessoas com baixa exposição ao sol, incluindo aquelas que vivem em casas de cuidado ou que estão regularmente cobertas.
No entanto, o tema continua cercado de polêmica, dividindo opiniões de cientistas.
Louis Levy, diretor de Ciências da Nutrição do PHE, afirmou: "A evidência sobre a vitamina D e sobre o combate da infecção é inconsistente e esse estudo não fornece provas suficientes para embasar que recomendemos a ingestão da vitamina para reduzir o risco de infecções do trato respiratório".
Mas para o professor Martin Hewison, da Universidade de Birmingham e da Sociedade de Endocrinologia do Reino Unido, as descobertas são "impressionantes".
"Concordo com os autores que esse estudo embasa uma nova recomendação de ingestão da vitamina D além de seus benefícios conhecidos para a saúde dos ossos", acrescentou.
Martineau, da Universidade Queen Mary, de Londres, reafirma a importância da ingestão regular de vitamina D e defende que o composto seja acrescentado à comida.
"Fortificar a comida com vitamina D permite uma ingestão estável e de baixo nível de vitamina D que praticamente eliminou a deficiência de vitamina D em vários países".
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